sábado, 31 de dezembro de 2011

brecha

devo estupidamente comparar a vida
 por tempo de ensejos à
um peculiar cochilo sem vez que, há
muita vontade de fazê-lo,
que, logo acorda de um curto instante lúdico
de um cansaço pesado e que alivia,
porém desnorteados e
desentendidos.

wabi-sabi?

sem eficiência pra expressar-se,
brinca com os t e s o u r o s
do alfabeto que ora sim ora não,
faz sentido ao colocar-se
abertamente, ou não,
para que alguém sinta
da maneira mais complexa
e simples que existe.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

estrela de três letras

quando o
   amor acabar,
vem à tona
   um interesse
repentino ávido
    de recuperar
o brilho que
   entre, havia, nós.

between

. . . um meio,
  .  ponto do meio



estar ~ entre ~ estar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

avião

tão mecanizado, tão leve tão
distante, tão ágil quanto as lebres.
solto está longe, com destino
passa perto, está aqui, está lá
estrala algures, incerto
sem saída, com chegada
espera amor
dá negócios
traz trabalhos
causa história
faz dor
provoca vida,
enquanto valor
esquece saudade
lembra melodias,
tão pesado, gigante
suportando pequenos passados
caminhando com tempos distintos,
passado à futuro ao presente
desprezando as próprias regras,
fechando olhos inteligentes
abrindo mãos de corações
dóceis e construtivamente
influenciando a não vidas,
destruindo a própria criações,
colaborando com as horas
competindo com o céus.
ferramente social,
faz questão de ser cúpido
a eloquentes passageiros que
nem tanta vida resplandece a
todo custo,
faz amigo,
torna irmão,
paixão que intimida qualquer
um que nele toca, ou
que dele escuta,
ou que seja
dele algo os torne.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

enigma

sem planos para imergir lá vai, como um barco farto de furos, que,
 no meio da viagem encontra-se tantas tampas,
 mas são tampas frágeis e findáveis..
No fim da navegação os problemas retornam ao barco e
o vento é sempre continuo.

-


Assim é a vida, somos vencedores por
 instantes inconstantes,
felicidade é passageira.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ou-ave-de-choro

cuide dos verdadeiros tesouros, a
poucos minutos do coração.
deixe que o que será teu apareça,
não procure, só encontre,
faça coisas aleatórias até chocar-se,
a verdade será amiga,
mas lembre-se que uma amiga
pode te mostrar além das verdades,
curte o que dura, depois
que acontecimentos aleatórios
lhe mostrar que as coisas serão
desiguais, não duvide da capaz
realidade de quem um dia 
planos fez.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

desvencilhei-me

me soltar do que não é para mim, meu,
distanciar do inusitado,
que o novo é bom aprendiz
mas nem todo que é.
desprender-se até com o mais
doloroso arrependimento precoce
inexistente do mundo,
afastar, presenciar a todo
momento e parecer que
tomou uma forte dose de
fracasso mental
para aparentar ter esquecido a
melhor história.

por entre as cordas

queria por muito ritmo dos quais
ainda não vi, só vi o que achei e
preciso ver fundo a linha do tempo
em que as cordas, enxergar de vez
todo o tic-tac da vida, não vivida
fizera assim, mas a passagem das
horas os ligamentos dos fios e o
abater do despertar, o válido e
suave esconderijo que a torre não
encontra nunca, oremos descobrir.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

lembrancinhas

nosso chá nunca esfriou
nossa nave nunca fixou
nossa história nunca acabou
nosso amor nunca existiu.

de molho

amor é cilada
que nem salada
má temperada
faz tão mal
pro coração.

pobre menina

até seu
d e s t i n o
era mais
m a d u r o,
enquanto ela
t r o p e ç a v a,
ele levantava da
q u e d a
seguinte.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

despedindo à desabafo

Eu não sei, nem quem sou nem és, assim como não sei porque ainda faz parte de mim, se nunca esteve em minha vida, não sei porquê atreveu-se entrar em mim sem permissão e fugir sem sair, desculpa, eu não fui até você, eu não te achei, não procurei, não te desejei, simplesmente apareceu querendo mover montanhas que não faziam parte de seu terreno, e então, virou-se o dia, janelas se abriram e fecharam (não exatamente nesta ordem) em seu costume já existente e então, descobriu que é um estúpido mas esqueceu que estupidez não equivale à bobagem de amar o que não merece.Vai lá viver sua vida depois que me colocou nela.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

desvios

            não compreendo o 
descaminho                   que me leva até
esse fim                         como uma
dor inalcançável             que nos
afasta sem querer           Há tanta
perda de tempo,             que
predestinadas                  à um
caminho            quase     planejado,
quanto um         quase    me mata.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

vento que cansa não para





como é vento que é jogado pra lá
torna pra cá, enjoa volta acolá,
retorna forte voa manso chega e
para, ora cansa, até vento que não
há sentido, concretos incertos
direcionados paira no ar,
estabilidade e vai-véns.
Enjoa de si
mal passa mínimos segundos está
pronto para libertar-se outros ares,
navegar mares,
desencadear dos mais tranquilos e caminhar aos
cantos pequenos perto que 
desviam-se do mesmo, mas não
param mesmo ofegantes, não.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Evidente




como algo-além inexperiente perdido, como um destaque que se levanta num mar de espumas sonolentas ao acordar prematuro já vivo, que é o que a diferencia, a inquietude de estar alem do que se encontra, fragilidade evolução e volição de-conhecer o que desconhece, o medo tímido que nunca a torna impedir, e a sede afinal, sempre a levara a canto, será olhos infinitos contrários dos que se fecham para sempre, não falando de quem dorme (não que, não seja encontrar os cílios) mas digo, olhos atentos, permanentes daqueles que se fixam desde que se encontram com o primeiro clarão de bem-vindo ao universo, conforme estes, cria-se mais massa mais forma e menos, todos vimos, até quem não é inda, nem pensou, semente.